"E tu, bondosa alma, que te sentes tão angustiada como ela...
Consola-te com os seus sofrimentos, e permite que esta pequena personagem se torne sua amiga
(com todo vosso zelo e compaixão) que, por destino ou culpa própria, não tiveres outro mais próximo.
Não poderei recusar vossa admiração e amor para essa alma, nem ao seu caráter.
E com lágrimas, acompanhe o seu destino."

Sofrimentos do Jovem Werther (Primeiro Livro) - Goethe

quarta-feira, 27 de julho de 2011

44_ Escadaria da angústia e cobiça

   A culpa era vista brotando dos olhos e o que escorria da face do senhor era um misto de desolação e infâmia.
 — Senhor, está tudo bem agora.  Hão de lhe perdoar.
 — Não, minha cara, eu não sou digno de remissão.
 — E quem são eles para lhe julgar? Olhe nos meus olhos, seja o que for eu lhe perdôo, pois creio que não tenha agido por mal.

   Ela sabia que era mais fácil dizer a agir. E a situação complica ainda mais se ninguém souber o motivo de tanto pesar. Mesmo assim, vê-lo nesse estado era perturbador: cabisbaixo, olheiras profundas e dificuldade para encarar a amiga; incomodaria qualquer desavisado que lhe pedisse benção naquela noite.
 — Camilla, como pude ser tão ambicioso?
 — O senhor, padre? - Insistiu em lhe chamar pelo título, mas o olhar triste pediu que isso não se repetisse.
 — Eu almejava ser um dos ministros desta sé, mas ao descobrirem isso, eles conspiraram contra minha pessoa.
 — Conspiraram?

   Preocupada como uma mãe, e cheia de perguntas, a garota aspirava por respostas e ver um sorriso na face do amigo. E o ancião lhe explicar o plano arquitetado pela alta-cúpula da igreja, contar sobre a mulher, que fingiu confessar a fornicação com ele durante muito tempo. Mas contar tudo e despreocupar a jovem, o fato de fazê-lo ou não influenciariam quase nada na noite dele; desde que saíra da igreja, o senhor prometeu a si mesmo que não deseja explicar os fatos a ninguém, muito menos desabafar.
   Talvez se contasse, por outro lado, ela entenderia o caso: a ambição tornou-se a ruína e o senhor acabou excomungado da igreja.

 — Não há nada mais que possamos fazer, Camilla. Pela manhã estarei deixando esta cidade. Meus trabalhos por aqui acabaram, portanto, minhas missas e rezas não são mais bem vindas.
 — Senhor, posso então ter sua última benção?

   Como o velho não enxergava mal algum nisso, concordou com um sorriso amarelo.
 — De suas agonias e de minha ambição, proteja-nos, Senhor.

domingo, 24 de julho de 2011

43_ A volúpia do Segundo Estado

   Disparou, mas não passou quinze minutos a caminho da igreja quando ela começou a se sentir a rainha de toda a confusão que causou; rainha do desperdício de tempo e do desespero. Seu dia que começou tão bem sofreu uma violenta guinda ao início da tarde. Desde então  corria sem motivos concretos, apenas por vontade. As pernas acostumadas a desistir bambearam quando Camilla parou no semáforo. Sua respiração ofegante e seu coração acelerado estavam cansados de insistir em correr e nunca mais parar, a não ser por intervenção exterior.
   Mais alguns passos hesitantes, e estava em frente à igreja; juntou todas as forças físicas e morais para vencer a escadaria, mas todos os pecados praticados nunca a deixariam ganhar. Entre as poucas opções que lhe restavam, ela decidiu apenas sentar em um dos degraus para descansar.

   Por baixo disso tudo, a realeza tornou-se apenas outro ser humano.

   Um senhor, deveras respeitado pela idade, tomou a iniciativa e sentou ao lado da garota, Igualmente abatido e cansado.
 — Pois é, e aqui estamos nós, lutando e tentando esconder as cicatrizes.
 — O senhor deveria estar rezando a missa, creio eu.
 — Fui expulso do clero, minha jovem. Meus vícios não podem ser perdoados.
 — Padre, o que houve?
 — Não sou mais padre, Camilla. Estou a esperar a decisão final do reverendo. 
Infelizmente, por hora, eu sou apenas um vigário mundano.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

42_ Madame Bovary II

   Estava feito (e convidada). À noite, procuraria por um presente a fim agradar a amizade.
   E foi assim que se encontrou com a velha amiga do bordel. No início, ignorou os chamados, assim como deveria fazer, segundo o padre. Mas sentiu-se covarde e hipócrita ao fazer isso.
 — Aonde vai garota?
 — Bem, estou só passeando por ai.
 — Típico de você. Anda muito ocupada?
 — Não, mas...
 — Então vem comigo.

   E puxando pelo braço, a meretriz levou a jovem até a praça onde um grupo de garotos andava de skate ao som de músicas altas.
 — Pronto, agora, assobie para eles.
 — Ãhn? Pra que?
 — Vamos, não seja tão tímida. Estamos todas condenadas ao inferno, então deixe de lado a santinha interior.
 — Nunca fui uma santa, e esse não é o caso. Talvez ninguém me queira!
 — Pára com isso! Todo pirralho aspira amar alguém, e toda garota deseja ser amada assim. Ai! Esse desejo, o mais gostoso de todos...
 — Mas isso também não é certo.
 — Deixe-me adivinhar... Foi aquele padre velho que lhe disse isso? Sabe onde ele está agora?
 — Não, e faz um tempo que eu não o vejo.
 — Nesse caso, se eu fosse você, iria atrás dele saber o que aquele velho faz da vida.

    Sim, estava feito (e arruinado). Com certeza Camilla não ia tirar isso da cabeça. Sua noite especial podia esperar mais alguns instantes, como todas as outras sempre esperaram [e algumas nunca chegaram]. Deixou de lado seu objetivo e foi atrás do que lhe causava tamanha confusão.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

41_ Princípio do final


 — Diário! Diário!

   A jovem não conseguia se segurar, pois finalmente a monotonia do quarto havia sido quebrada.
 — Deixe-me explicar: fui convidada por uma antiga amizade para passar uma noite na casa dela. Antigas em termos, pois apesar de conhecê-la há apenas dois anos, sinto-me como se fôssemos amigas de infância; compartilhamos os mesmos gostos [e sofremos por igual], o que nos torna quase irmãs.

   O diário, por sua vez, nada falou.
 — Deixarei você por uma noite. Uma noite e apenas isso.

   Ele fingiu nem ligar, mas seu ciúme foi deixado de lado o escutar os suspiros da amada. Estava ela tão feliz a ponto de não perceber a emulação quando ele disse não se incomodar?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

40_ Por um fio

   E a menina olhava pela mesma janela, enxergando as mesmas pessoas de antes, agora alegres. Sentiu-se feliz também, mas por não entendê-las.
   Era um novo dia e o começo de uma nova fase, como pensava. Limpou tudo como devia, e sentiu orgulho pelo feito. Encarou o amigo por alguns segundos tentando não demonstrar nenhum afeto, mas não conseguiu: colocou a língua pra fora, fechou um olho e arregalou o outro; uma bela careta sorridente desferida ao diário, e assim ambos passariam vários minutos rindo à toa.
   O bem estar permaneceu até o telefone tocar. Incomum o suficiente para fazer as risadas cessarem, pois ninguém tinha seu número, e mesmo quando Camilla o atendia, era engano. Se fosse seu celular tocando, provavelmente seria sua mãe a mandando voltar pra casa em plena peregrinação. Seguindo a lógica, ainda era dia e não havia motivos para sair. Assim, a ligação não era pra ela.
Diário: Ei, vai deixar tocar?
Camilla: Não deve ser ninguém.
Diário: E como você sabe se ainda não atendeu?
Camilla: Instinto.
Diário: Nesse caso, pode continuar com essa filosofia. Mas e se for alguém importante?
Camilla: E se não for? Não vou perder nada se não atender.
Diário: E o que você ganha fazendo essa escolha?

   Havia motivos o suficiente para um interrogar o outro naquela hora. Ela, impaciente, fez outra cara feia e atendeu:
 — Alô? Sim, sou eu mesma... 

terça-feira, 12 de julho de 2011

39_ Déjà vécu

   Enquanto todos despertam e rezam pedindo proteção para enfrentar as dificuldades do dia, uma garota qualquer apenas bufa por ter acordado numa manhã chuvosa. Não que isso seja errado, mas já sabia o que o dia frio prometia. Pegou seu diário e escreveu algumas coisas sem sentido; pensava somente na sutileza da mãe ao lhe convidar para a limpeza semanal, sempre com um café da manha na cama.
   “Novamente acordei com um café na cama, já sabendo o que me aguardava. Era de se esperar que eu ajudasse minha mãe na faxina de bom grado, sem pedir nada em troca, mesmo sem esperar receber algo (e o que eu quero ela não pode me oferecer). Se quiser, pode ficar ai me assistindo limpar o quarto. Mas, por favor, não me zombe por isso. Prometo que quando eu acabar aqui, vou passar o fim do dia com você.”

   Varria e espanava, sem ao menos demonstrar descontentamento. No fundo, estava feliz, pois tudo havia voltado ao normal; seu pai havia melhorado muito, a conversa com o ancião tinha aberto sua mente e finalmente estava de bem consigo mesma. Tudo isso lhe deu mais uma razão para continuar respirando (ao menos por enquanto).
   Sentia-se renovada, era uma nova vida! Limpava e cantarolava ao mesmo tempo. Estava feliz por isso e podia continuar limpando o quarto pelo resto da manhã...
   ...Pois tudo mudaria na tarde desse dia.

sábado, 9 de julho de 2011

38_ Beatitude anacrônica

   Mais do que nunca, Camilla implorou por um ombro para desaguar. Mesmo este quase nunca ter aparecido, e quando presente, não aproveitado. Mas essa vez era diferente, assim como todas as outras eram, dando a impressão de ser a mais forte entre as intensas.
   Esse tal ombro aconchegante não tardou a aparecer (exatamente 4 horas e 15 minutos). Foi uma pena ele ter aparecido de imediato apenas último sonho da noite que Camilla tinha direito. Nele, uma imagem angelical vinha caminhando lentamente vestida em verde claro; o cabelo liso como sempre tinha a mesma cor dos olhos castanhos que enxergavam apenas os pontos positivos de cada alma. Em uma das mãos um gorila de pelúcia segurando um coração era carregado e a doce fragrância no ar apontava a biografia beata que lhe foi concedida. Por fim, seu dedo anular da mão direita mostrava um brilho prateado de tempos antigos, invisível nos dias de hoje. O ombro esquerdo mostrava vestígios de lágrimas (assim como o esquerdo), sinal de que já fora alvos de pranto enquanto consolava.
   Camilla se sentiu satisfeita ao expor seus sentimentos à entidade celeste como havia feito há tempos atrás. Mas foi ao acordar e perceber que tudo isso não passava de um sonho que fez tudo voltar ao normal, mesmo sem se lembrar do rosto dela.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

37_ Deus salve a rainha

   Se não fosse o clima úmido que tornava a sensação térmica baixa, Camilla não teria percebido a alteração na temperatura entre o recinto quente da basílica e a rua gélida.
   Seu Diário havia sido deixado em casa, a fim de evitar uma conversa profunda e possivelmente lamentável: buscar ajuda ao padre não era um dos melhores caminhos a ser seguidos, como seu companheiro havia criticado antes dela sair; ao mesmo tempo em que o padre condenou a amizade inexistente da garota. Seria, portanto uma noite longa, e Camilla passaria o fim dela pensando nas flechadas que havia escutado... Para terminar, o céu nublado sufocava a lua e a menina sentia falta dela.
   Correu direto para o banheiro ao chegar a casa. Não sabia se devia refletir sobre a conversa anterior ou se tomava um banho e relaxava em sua cama.
   Acabou escolhendo o descanso, já que uma navalha que o pai usava para fazer a barba estava a esperar caso Camilla mudasse de assunto. Àquela hora, nada mais realmente importava: a noite chegou ao fim, estava cansada, e se ponderasse mais alguns instantes, ela provaria ao padre que a mente humana é complexa e guarda mais segredos que se possa imaginar. Os sentimentos, as emoções, são diferentes em cada pessoa. Essa é a prova de que algumas coisas significam muito para alguns, e que para outros não significasse nada.
   Por mais uma noite seguida, Camilla permaneceria na divisória entre os juízos...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

36_ Erradicando os pecados II


   Fraqueza? A jovem pediu ao ancião para que não fosse enganado pelas aparências. Se a mobilização de todas as forças é sinal de vigor, por que a exaltação em excesso seria o contrário?
 — A natureza humana tem seus limites: pode suportar até certo ponto, alegrias, tristezas e dores; se ultrapassar esse limite, sucumbirá. Não se trata, portanto, de discutir se um homem é fraco ou forte, e sim de saber se ele pode suportar a medida dos seus sofrimentos. Para ela, era tão absurdo dizer que alguém é fraco por suicidar-se quanto seria inadmissível chamar de covarde aquele que morre vitimado de uma febre maligna.
 — Mas Camilla, isso é um paradoxo!
 — Não tanto quanto o senhor pensa. Concorda comigo que chamamos de mortal aquela doença que ataca o organismo de tal maneira que suas forças são consumidas, em tal ponto depauperadas, que nenhuma recuperação é possível, e nenhuma reação é capaz de restabelecer o curso normal da vida.

   Desesperado, o padre viu-se encurralado em meio tantos ataques. Sua única saída era esquivar-se dos argumentos, mudando de assunto, caso a garota permitisse.
 — Muito bem, minha cara, vamos transferir tudo isso para a esfera do espírito. Observa o quanto o ser humano é limitado, como as impressões agem sobre a sua alma, determinadas idéias nele se fixam, até que uma paixão crescente o priva da capacidade de refletir calmamente e acaba por destruí-lo. Um exemplo disso é o seu caso, Camilla. É verdade que estás totalmente descontrolada!

   Sim, ela sabia disso. E o som do “é verdade que...” lhe causava desconforto; afinal, é óbvio que toda proposição implica exceções. Farta disso, agradeceu ao padre pela conversa e pediu desculpas pelo tempo tomado. Já em direção à porta, Camilla dirigiu suas últimas palavras ao homem:
 — Senhor, de nada adianta que um homem de bom senso perceba a situação do infeliz e lhe dê bons conselhos. Assim como seria inútil uma pessoa saudável, junto ao leito de um doente, tentar transmitir-lhe, para curá-lo, as suas próprias forças.
 — Garota, eu fiz de tudo, mas você ainda precisa de ajuda. Procure um médico. E com urgência, por favor...

terça-feira, 5 de julho de 2011

35_ Erradicando os pecados I

   As mesmas torres que viu uma vez tocarem as nuvens devido a suas alturas; os mesmos mosaicos dramatizando cenas divinas; o canto do coral que fugia do prédio e corria pelas ruas paralelas. Camilla foi muito bem muito bem recebida na catedral, a tempo de assistir o final do culto.
   Após alguns instantes o ancião veio ao seu encontro. De imediato, Camilla foi abraçá-lo, mas o senhor a impediu ao estender a mão sorrindo e procurando seus olhos lacrimosos como sempre.
— Deixe-me adivinhar, confusa?
— Na verdade não. Sei o que está acontecendo, mas...
— Não sabe como acabar com isso tudo?

   Na verdade, ela sabia sim. Passou-se quase meia hora e o padre já tinha conhecimento de todos os seus pesares. E pior ainda:
 — Camilla, não consigo imaginar como uma pessoa pode ser tão tola, a ponto de pensar isso. A simples idéia me causa medo.
 — Não sei por que as pessoas, quando falam de alguma coisa, logo precisam se dizer: isso é insensato, aquilo é inteligente, isto é bom, aquilo é mau. O que representa todas essas palavras? As pessoas são tão rápidas no julgamento, podem até determinar, com absoluta certeza, por que o ato aconteceu, por que era inevitável? Se assim fosse, não pronunciariam sentenças de maneira tão precipitada.
 — Mas você precisa concordar comigo que certas ações são imorais, quaisquer que sejam os seus motivos.
 — No entanto, senhor, também há algumas exceções. É verdade que o roubo é imoral: mas o homem que se torna ladrão para salvar a si próprio e à família de morrer de fome, esse homem merece compaixão ou castigo?

   Naquela hora, a jovem estava sorrindo, provavelmente fora de si. Mas como prometido, o ancião estava ali para escutar e ajudar ela, não importa o que acontecesse, pois ele conhecia a ingenuidade da garota.
— Como vocês são sensatos! Paixão, ebriedade, loucura! Há sempre os defensores da moral, tudo contemplam com tanta calma, tão indiferentes. Vocês recriminaram o bêbado, desprezam o louco, por todos passam como um sacerdote, agradecendo a Deus por Ele não os ter feito iguais a esses infelizes.
 — Minha filha, isso tudo é esquisitice que todos pensam. Exageram em tudo, e pelo menos neste ponto eles te enganaram ao comparar o suicídio, do qual estamos falando, com as grandes ações, quando na verdade só podemos considerá-lo como fraqueza. Porque realmente é mais fácil morrer do que suportar corajosamente uma vida sofrida.

   Eis as palavras, os pensamentos renegados que vieram à tona. Prometeu a si mesma que não iria mais tocar nesse assunto, mas precisava colocar um ponto final em suas idéias. Foi por esse motivo que veio a procura do padre. Mas até agora, nada havia mudado, e o sentimento de insatisfação começou a latejar em sua cabeça.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

34_ Buscando salvação

   “Mesmo frio do lado de fora, o clima estava mais aconchegante que a sala de estar. Divergências marcaram minha noite, mas tudo está dentro do controle agora. Só me entristeci ao ver a silhueta de alguém subindo a rua de casa: se fosse outra pessoa, eu não me importaria. Mas o fato de ser uma ovelha com o coração de lobo, como o padre nomeou... Como pode isso?
   Ahh, e do outro lado da rua, nenhuma visita agradável. Ninguém para ao menos eu admirar calada, sem a coragem necessária para perguntar como está a vida. Restaram-me apenas lembranças dos dias alegres em que eu conhecia alguém que se importava comigo.
   Estou sozinha, mas não me arrependo. Eu poderia sim ter um vida boa e feliz, se não fosse uma tola. Hoje, me escondo atrás de algo para aliviar a dor.

   Boa noite Diário.”

   Disposta a descobrir o princípio de suas tribulações desses últimos dias, Camilla foi à procura de alguém na face da terra que conhecia as aflições das outras pessoas e fosse capaz de cuidar delas. Essa pessoa é o padre da igreja localizada a algumas quadras perto da sua casa.
   Talvez o bom senhor pudesse por um fim em suas dúvidas e então encerrar a temporada de aflição da jovem. Como ele havia dito antes, o caminho da salvação não seria dócil. Camilla percebeu ao sentir o frio da noite. Não era nada a temer, mas só enfatizava a dificuldade de chegar ao seu objetivo.