"E tu, bondosa alma, que te sentes tão angustiada como ela...
Consola-te com os seus sofrimentos, e permite que esta pequena personagem se torne sua amiga
(com todo vosso zelo e compaixão) que, por destino ou culpa própria, não tiveres outro mais próximo.
Não poderei recusar vossa admiração e amor para essa alma, nem ao seu caráter.
E com lágrimas, acompanhe o seu destino."

Sofrimentos do Jovem Werther (Primeiro Livro) - Goethe

segunda-feira, 27 de junho de 2011

30_ (Des)equilíbrio urbano

   “Talvez haja mais vida do que tudo isso pareça oferecer enquanto nós fugimos constantemente da realidade amarga... Caçando sonhos, desviando de pesadelos... Mas Diário, o que nós não acreditamos é o qual rápido nós possamos perder nossas esperanças de dias melhores. Enquanto tudo isso acaba roubando o melhor de mim, eu não suporto a facilidade de como posso ser testada tão intensamente (e assediada mentalmente), mas eu não sinto nada de mais, nada novo ou algo fora do normal, a não ser meus desejos obsessivos de fugir dessa realidade que só me oferece estresse, humilhações e algumas memórias, sem espaço para conforto.
   Sim, essa é a causa da minha desilusão, meu estado temperamental e psicótico, alucinado e desequilibrado... Ou simplesmente incompreendido. A sua sorte, Querido Diário, é que nós somos tão diferentes, mesmo sendo tão próximos. Você me disse uma vez que a vida é uma magnificência. Agora eu lhe pergunto: há tanta glória para uma única pessoa? Se houver, vá aproveitar a sua noite. Eu estou indo dormir.
   Boa noite.”

   As últimas luzes da cidade se apagaram e ambos ficariam quietos até o nascer do sol. Ele queria que fosse assim. Ela desejava permanecer em silêncio perpétuo.

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