O seu celular tocou, e
então um sorriso acanhado apareceu. Era uma amiga (aquela que a convidou para dormir em seu apartamento), e também tinha um presente para Camilla. O que precisavam fazer
era se encontrar. Disse também para se preparar, e desejou muitas felicidades.
Um fio de esperança na cerração.
Mas tudo se quebra, até mesmo as pessoas que nunca se esgotam eventualmente têm
um colapso. Naquela hora, a pequena caminhava de volta para casa pelo trajeto mais longo,
como sempre fez quando não queria encarar a realidade. Tinha receio de chegar
cedo e encontrar alguma solenidade preparada pelos seus pais, além dos possíveis
mimos que sofreria, então não levaria a culpa por estar com eles. Ou pior,
rostos que a acorda quando fecha os olhos; rostos que a observou toda vez que
disse a verdade; rostos que riram de cada vez que ela caiu.
Essa fobia permaneceu
durante todo o percurso, e só foi se acalmar quando viu a face alegre com quem
dividia a amizade recíproca. Seu pescoço ostentava um pequeno colar em formato
de coração que, quando aberto, mostrava a Constelação de Gêmeos.
— Mas é claro que eu adorei
esse presente! Agora estou retribuindo! Quero que vá comigo para um hotel que eu conheci nessas férias. Vamos comemorar seu aniversário lá, longe desses que você não
suporta. Prometo que, em uma semana, você voltará para casa satisfeita e com a
mente curada.
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