A jovem deu entrada às
onze horas no mesmo local que seu pai foi hospitalizado. Ao lado da maca estava
o médico da família (um senhor grisalho de óculos, estava muito preocupado com
a garota, e mais ainda se o caso chegasse ao ouvido do senhor Saentinni), sua
amiga e alguns enfermeiros que auxiliaram no transporte.
Mas apesar da presença de
todos ali, apesar do lugar cheio, Camilla conseguia enxergar apenas a figura
dela mesma mais jovem, “a sabedoria inacessível”. Um momento visto através
daqueles olhos, disfarçados de cinza cristal:
— Tanto para ver esta
noite, Camilla, então por que você fecharia os olhos?
— Por que eu não posso fechar os meus?
— Por que eu não posso fechar os meus?
— Ah, você deve estar fora de si
agora, mas um dia você encontrará a sanidade que nos deixou cegas, e nos
arrastou para trás.
— Eu consigo ver as imagens
claras como ontem, imagens de mim mesma.
— Consegue ouvir as vozes implorando pra você ficar?
— Consegue ouvir as vozes implorando pra você ficar?
O tempo continua
passando, mas ela parecia congelada; cicatrizes serão deixadas para trás, mas
algumas muito profundas para se sentir. Tinha medo do desconhecido, e a partir de então, medo da própria mente. Estimulada, meio acordada, precisava acabar com essa dor dentro da própria cabeça,
pois ela está rindo dela.
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