Um amplexo perpétuo, mas
algo estava fincado na mente da jovem.
O quarto começou a girar à
medida que ele era apertado contra o corpo dela e num instante, todas as idéias
que vinha à cabeça trazia algo ruim. Nada nunca pára esses pensamentos nem a dor
que eles trazem. Às vezes, Camilla tentava descobrir a origem deles, mas não
encontrava nada a não ser mais sofrimento.
“Escrotinha mimada...”
“Aptidão enganada...”
Camilla parou para descobrir por que isso estava
acontecendo: é como se nada que ela possa fazer a distrairá quando pensar em
como enganou seu melhor amigo com promessas findáveis. De todas as palavras
infinitas que poderia dizer, ela apenas colocou toda a dor em exposição. Não
percebeu que, ao invés de libertar-se, pegou tudo que odiava de si mesma e... Não
fez nada, pelo contrário: viu aquele ser horrível segurando um livro sórdido e
identificou-se com ele. Esse monstro sempre esteve ali, sempre será o seu maior
medo, pois ela nunca conseguirá separar ela mesma de tudo que havia feito com
ele. Cedeu uma parte de si, e deixou-se criar garras e presas.
Escutou seu nome e as memórias
voltaram novamente. Lembrou de quando isso tudo se solidificou. Viu nessas
lembranças cada pensamento que teve, acompanhado de suas palavras contadas...
“Rascunho vazio.."
“Ego satisfeito...”
Não por instinto, mas por
fraqueza, Camilla largou seu melhor amigo e escorou-se na parede. Não conseguia
ver mais o assoalho do quarto, a cama não estava mais lá e a escuridão invadia
o cômodo através da janela trancada.
O diário, por sua vez,
caiu inerte no chão.
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