A música alta e de péssima
qualidade embalava várias pessoas que ela não conhecia, todas sob efeito de
bebidas quentes e com gosto ruim: todos os fatores a favor para uma péssima
noite. As luzes causavam um efeito devastador: apagavam e acendiam... Apagavam
e acendiam novamente, e infinitamente.
A freqüência de disparo da luz era altíssima. Isso
era comum aos outros convidados, menos para Camilla, que sofria num canto. Era
como se fossem fotos, e caminhar no meio da multidão guiada apenas pela memória
de milésimos de segundos atrás se tornou desnorteante. Além disso, precisava
calcular com exatidão o movimento que as pessoas iam descrever durante um flash
e outro, Não era desgastante nem difícil, porém ninguém pula em uma única direção
numa festa...
Toda essa física a enjoou.
Tirou um tempo do lado de fora, e junto vieram seus mais novos amigos fazer
companhia. Nesse instante, um pouco de responsabilidade pairou sobre seus
ombros:
— Pronto, agora sou
obrigada a carregá-los bêbados para casa. Não vou dar banho em ninguém, me
escutaram?
Nem olharam para o rosto
do mais novo patrono, e já estavam com a boca nos gargalos das garrafas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário