Os dias passariam para sempre, mas ela não deixaria de estar ao lado do pai. Cercados por paredes brancas. Mas agora ela está vazia. Pensamentos absurdos invadiam sua mente ao mesmo tempo em que o clima frio das ruas atravessava sua alma.
Camilla: Será que o céu está a caminho?
Diário: Não pense nisso... Alguém pode te escutar.
Camilla: Mas já estou cheia! Todos dizendo que ele está bem. E se não estiver? E se eles estivessem mentindo?
Diário: Aprecio o fato de você ser uma crente, alguém que acredita em tudo, mas nada pode ser pior que amigos imaginários. Acredite em mim pelo menos: seu pai está na mão de anjos.
Anjos? Seriam aves de uma pena só? Ou isso tudo não se passa de mentiras e asas curvadas? Esperançosa com sempre, mas ainda desamparada, Camilla vivia por aqueles que ela perdeu no caminho. Talvez sua família estivesse sofrendo, mas a jovem não se lembra quando tudo isso começou a quebrar, mas procuraria respostas para o que eles sabiam o tempo todo.
Sem poder deixar a cidade agora, nem que fosse por um tempo, decidiu voltar para casa, e retornar ao hospital na próxima semana. Ela sabia que era o certo, mas parecia tão errado. Pra variar, sentiu-se confusa. Túrbida de novo, e novamente. Ao mesmo tempo em que caminhava em direção a casa, sua cabeça estava voltando ao quarto do pai.
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