Outro dia nascia e as lágrimas já secaram. Camilla levantou bem cedo com um belo café na cama, que se tornou num convite para ajudar a mãe a limpar a casa. Precisava arrumar seu quarto e fazer outras tarefas, e só assim estaria livre para aproveitar o restante do dia. Começou a espanar a estante quando viu de relance seu diário. Queria apenas terminar os afazeres, mas não venceu a vontade de escrevê-lo:
Agora estou aqui, cheia de deveres, sem o direito de sentir sua falta ou de compartilhar meus prantos com alguém. Sinto vontade de caminhar contigo à noite, a fim de aliviar a respiração, mas a fase não me deixa sair. Sou obrigada a permanecer nesse quarto, observando as pessoas livres lá fora, mas porque elas são tão insatisfeitas, se estão em liberdade?"
Lembrou então das tarefas e se despediu do amigo delicadamente, como sempre, guardando-o com muito carinho dentro da gaveta. Pegou o espanador e voltou a tirar o pó do armário, sem antes rir dos indivíduos de lá fora.
P.S: Não se esqueça, é apenas um sentimento passageiro, nós sabemos disso... eles sabem disso. Fique em Paz minha amiga.
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