Três, três e meia da manhã. Todo o prédio jazia sob o sono agasalhador. Todo o prédio, menos um apartamento...
Aquele comprimido não acabara com as dores de cabeça; pelo contrário, criou um caos dentro dela e agravou os sintomas. Desde então a menina começou a soar frio e várias alucinações dominaram sua mente. A última delas, porém, foi um pouco diferente das anteriores: era ela sentada na mesma cama conversando com alguém muito parecido com ela, mas os olhos fundos e as pupilas dilatadas. Causaria medo em qualquer outra pessoa se não estivesse acostumada com o estado da Camilla e portanto, ninguém entenderia a visita nem poderia ajudar a enfrentar o pesadelo.
CHEGUEI CAMILLA!
VOCÊ QUE SE PROTEGE TANTO QUE SE ENGANA ATÉ EM SUAS PRÓPRIAS APTIDÕES. VOCÊ SE SENTE ESPECIAL POR QUE ESCREVE? VOCÊ É SÓ UMA ESCROTINHA MIMADA, CAMILLA.
Isso não é verdade.
SEUS RASCUNHOS SÃO VAZIOS, NÃO DIZ NADA. SÓ SATISFAZ SEU PRÓPRIO EGO.
...
ESTÁ NA HORA DE VOCÊ QUEBRAR!
Eu já superei isso!
JÁ? COMO VOCÊ SUPERA ALGO QUE VOCÊ NÃO ENTENDE? VOCÊ ACHA QUE ESTÁ TUDO BEM SÓ PORQUE ELES PARARAM DE TE ENCHER O SACO! MAS OLHA A FERIDA FRESCA AQUI!
Pára, foi ele quem me machucou!
ELE TE MACHUCOU? NÃO! ELE É SINCERO NO QUE ACREDITA. E VOCÊ, NO QUE ACREDITA?
Vai embora!
COVARDE! VOCÊ É TÃO PRESA A SUA ROTINA QUE VIVE FELIZ NADANDO EM MENTIRAS. VOCÊ É UMA FRACA! NEM SABE DIZER SE REALMENTE EXISTE.
Eu não sou fraca!
AH NÃO? ENTÃO VENHA COMIGO! VOU TE LEVAR PARA CONHECER O LUGAR DE ONDE VIM.
...
VOCÊ VAI FICAR SÓBRIA POR UM DIA E DESCOBRIR ONDE ERROU. QUE ISSO FAÇA ALGUM SENTIDO PARA O QUE RESTA DE VOCÊ!
...
...
Tudo bem, eu vou com você...
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