[Não sei que horas são, nem quem culpar pelo atraso, e muito menos em qual direção o vento sopra lá fora... ]
Nossa jovem, mesmo sabendo de seus compromissos, decidiu apenas pegar o atalho mais longo pela calçada da avenida, a fim de adiar o próprio choro (mais tarde, ela vai descobrir que não foi uma boa escolha). Estava a caminho de casa, e tudo naquela noite estava indo tão bem, a não ser pela dor de cabeça que surgira ao sentar na escada da igreja. De lá pra cá, tudo havia piorado: sua dor aumentou, uma febre surgiu e calafrios marcaram a noite quente e seca.
Ainda estava sorrindo enquanto a noite se ia, ignorando as gotas de suor e o peso enorme que o presente havia ganhado graças ao cansaço. Conseguiu andar mais alguns metros até precisar se sentar para repor o ar. Em questão de minutos, estaria em casa, provavelmente tomando um merecido banho, então só lhe restava aguentar mais um pouco.
Lembrou do convite ao olhar para as mãos trêmulas, e o que havia nelas não podia ser entregue em outra data, pois perderia todo o significado e a mágica. Ficou em pé, levantou a mão vazia com um gesto e um carro parou ao seu lado.
— Por favor, me leve nesse endereço?
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