Era um novo dia e o começo de uma nova fase, como pensava. Limpou tudo como devia, e sentiu orgulho pelo feito. Encarou o amigo por alguns segundos tentando não demonstrar nenhum afeto, mas não conseguiu: colocou a língua pra fora, fechou um olho e arregalou o outro; uma bela careta sorridente desferida ao diário, e assim ambos passariam vários minutos rindo à toa.
O bem estar permaneceu até o telefone tocar. Incomum o suficiente para fazer as risadas cessarem, pois ninguém tinha seu número, e mesmo quando Camilla o atendia, era engano. Se fosse seu celular tocando, provavelmente seria sua mãe a mandando voltar pra casa em plena peregrinação. Seguindo a lógica, ainda era dia e não havia motivos para sair. Assim, a ligação não era pra ela.
Diário: Ei, vai deixar tocar?
Camilla: Não deve ser ninguém.
Diário: E como você sabe se ainda não atendeu?
Camilla: Instinto.
Diário: Nesse caso, pode continuar com essa filosofia. Mas e se for alguém importante?
Camilla: E se não for? Não vou perder nada se não atender.
Diário: E o que você ganha fazendo essa escolha?
Havia motivos o suficiente para um interrogar o outro naquela hora. Ela, impaciente, fez outra cara feia e atendeu:
— Alô? Sim, sou eu mesma...
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