Mais do que nunca, Camilla implorou por um ombro para desaguar. Mesmo este quase nunca ter aparecido, e quando presente, não aproveitado. Mas essa vez era diferente, assim como todas as outras eram, dando a impressão de ser a mais forte entre as intensas.
Esse tal ombro aconchegante não tardou a aparecer (exatamente 4 horas e 15 minutos). Foi uma pena ele ter aparecido de imediato apenas último sonho da noite que Camilla tinha direito. Nele, uma imagem angelical vinha caminhando lentamente vestida em verde claro; o cabelo liso como sempre tinha a mesma cor dos olhos castanhos que enxergavam apenas os pontos positivos de cada alma. Em uma das mãos um gorila de pelúcia segurando um coração era carregado e a doce fragrância no ar apontava a biografia beata que lhe foi concedida. Por fim, seu dedo anular da mão direita mostrava um brilho prateado de tempos antigos, invisível nos dias de hoje. O ombro esquerdo mostrava vestígios de lágrimas (assim como o esquerdo), sinal de que já fora alvos de pranto enquanto consolava.
Camilla se sentiu satisfeita ao expor seus sentimentos à entidade celeste como havia feito há tempos atrás. Mas foi ao acordar e perceber que tudo isso não passava de um sonho que fez tudo voltar ao normal, mesmo sem se lembrar do rosto dela.
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