Se não fosse o clima úmido que tornava a sensação térmica baixa, Camilla não teria percebido a alteração na temperatura entre o recinto quente da basílica e a rua gélida.
Seu Diário havia sido deixado em casa, a fim de evitar uma conversa profunda e possivelmente lamentável: buscar ajuda ao padre não era um dos melhores caminhos a ser seguidos, como seu companheiro havia criticado antes dela sair; ao mesmo tempo em que o padre condenou a amizade inexistente da garota. Seria, portanto uma noite longa, e Camilla passaria o fim dela pensando nas flechadas que havia escutado... Para terminar, o céu nublado sufocava a lua e a menina sentia falta dela.
Correu direto para o banheiro ao chegar a casa. Não sabia se devia refletir sobre a conversa anterior ou se tomava um banho e relaxava em sua cama.
Acabou escolhendo o descanso, já que uma navalha que o pai usava para fazer a barba estava a esperar caso Camilla mudasse de assunto. Àquela hora, nada mais realmente importava: a noite chegou ao fim, estava cansada, e se ponderasse mais alguns instantes, ela provaria ao padre que a mente humana é complexa e guarda mais segredos que se possa imaginar. Os sentimentos, as emoções, são diferentes em cada pessoa. Essa é a prova de que algumas coisas significam muito para alguns, e que para outros não significasse nada.
Por mais uma noite seguida, Camilla permaneceria na divisória entre os juízos...
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